“Os Caras Malvados 2” – Pierre Perifel (2025)

Os Caras Malvados 2” é aquele tipo de continuação que não tenta reinventar a roda, mas sim turbinar o que já funcionava no primeiro filme. Aqui, a gangue de ex-vilões — liderada pelo sempre carismático Sr. Lobo — encara um dilema: permanecer na nova vida “honesta” ou ceder à adrenalina de um último grande golpe. É nesse dilema que o filme encontra seu coração, equilibrando aventura e leveza sem perder o ritmo.

Visualmente, a DreamWorks entrega um espetáculo. O traço estilizado, que combina 3D com texturas planas e cortes rápidos, dá personalidade e energia às cenas de ação. Há momentos que parecem saltar direto de um quadrinho ou de um videogame de ação estiloso. A direção acerta ao usar essas técnicas não apenas como enfeite, mas como parte da narrativa — a animação respira junto com a tensão ou a comédia de cada sequência.

O humor é direto, quase sempre físico, mas com um timing afiado que agrada crianças e adultos. Não é aquele humor “bobo” que subestima o público infantil; ele se apoia no absurdo, na química dos personagens e no exagero cartunesco. Piadas rápidas e situações improváveis mantêm o filme sempre leve, mesmo quando a trama aponta para dilemas mais sérios.

O roteiro, apesar de simples, é eficiente. A introdução de novas personagens — especialmente o grupo feminino de criminosas — renova a dinâmica do time e abre espaço para reviravoltas divertidas. As questões de identidade, lealdade e reinvenção pessoal surgem de forma acessível, sem se sobrepor ao entretenimento. E se tem algo que as animações tocam melhor ainda é a dublagem, cujo trabalho é quase irressistível de bom.

Porém, se há um ponto que pode dividir opiniões, é a intensidade das cenas de ação. Em alguns momentos, a velocidade e o excesso de estímulos visuais podem cansar quem prefere um ritmo mais contido. Mas, para quem embarca na proposta, essa explosão de cor, movimento e música é parte essencial da experiência.

No fim, “The Bad Guys 2” é mais do que uma sequência segura: é uma celebração do próprio estilo. Ele sabe o que quer entregar — diversão, carisma e uma pitada de mensagem positiva — e faz isso com confiança. É o tipo de filme que te deixa sorrindo durante os créditos e com aquela sensação gostosa de querer ver mais.

Um assalto perfeito ao seu bom humor, com personagens que continuam irresistíveis e uma estética que merece ser vista na tela grande.

Nota: ✨✨✨✨

Por Ester Graziele

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