“Invencível’’- Jon Gunn (2025)

Por trás de um título que sugere uma força de super-heroí, “Invencível”, dirigido por Jon Gunn ( ‘Uma Vida de Esperança’ 2024) , revela-se um drama familiar sensível e comovente, que aposta na simplicidade do cotidiano para emocionar o público. Lançado hoje (8), o longa baseado em uma história real, acompanha os altos e baixos de uma família norte-americana ao longo de anos de convivência com os diagnósticos de osteogênese imperfeita e autismo do filho, Austin (Jacob Laval).

Logo nos primeiros minutos, é apresentado o universo de Austin, um garoto com ossos frágeis que se quebram com facilidade. A dor física é constante e de família, assim como os desafios no convívio social. Apesar disso, existe nele uma serenidade luminosa, uma espécie de sabedoria que transcende sua idade e traz beleza ao enxergar o mundo de diferentes formas.

O drama destaca a figura do pai, vivido por Zachary Levi (‘Shazam’, 2019) , que enfrenta seus próprios fantasmas enquanto aprende a enxergar o mundo pelos olhos do filho. Seu arco dramático é um dos pilares da narrativa, retratando um homem desorientado e pressionado pelas responsabilidades. Ainda que a atuação de Zachary Levi entregue profundidade ao personagem, o roteiro por vezes escorrega ao ampliar demais sua trajetória pessoal. Essa escolha enfraquece um pouco a proposta inicial, fazendo com que momentos de maior potência emocional, como as trocas silenciosas entre mãe (Meghann Fahy) e filhos, percam espaço para um drama masculino mais convencional. Ainda assim, o irmão de Austin (Gavin Warren), mesmo em participação discreta, revela-se uma presença tocante. Em meio às limitações da infância, demonstra um instinto natural de cuidado, construindo com o irmão uma relação de proteção sutil e comovente.

Ainda que nem todos os caminhos narrativos sejam desenvolvidos com a mesma profundidade, “Invencível” acerta ao destacar os vínculos que se constroem no silêncio, no cuidado e na escuta. A relação entre Austin e seu pai, apesar de por vezes ocupar mais espaço do que o necessário, também oferece momentos sinceros de aproximação, são esses fragmentos de afeto que revelam a transformação possível quando o amor supera as barreiras da incompreensão.

Nota: ✨✨✨

Por Rebeca Furtunato

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