“Nosferatu” (2024), dirigido por Robert Eggers (‘O Farol’), é uma releitura do clássico de terror de F. W. Murnau de 1922. A trama segue Ellen Hutter que ao lado de seu marido Thomas (Nicholas Hoult, ‘Jurado Nº 2’, 2024), enfrenta a ameaça do sinistro Conde Orlok (Bill Skarsgård, ‘It- A Coisa’, 2017).
Eggers, conhecido por sua habilidade em criar atmosferas sombrias e detalhadas, como visto em ‘A Bruxa’ e ‘O Homem do Norte’, volta a manter essa tradição, oferecendo uma ambientação gótica que mergulha o espectador em um mundo de terror e mistério. A direção de arte e a fotografia são destaques, com cenários e iluminação que evocam a essência do expressionismo alemão. Diferentemente das suas obras anteriores, Robert opta pelo mecanismo do jumpscare, onde acerta em cheio, visto que a adição se encaixa positivamente ao estilo costumeiro do diretor e roteirista norte americano.
Além de todo talento do diretor, a performance de Lily-Rose Depp como Ellen é um dos pontos altos do filme, capturando a descida gradual de sua personagem à loucura diante das forças sobrenaturais que a cercam. Temas como saúde mental em épocas remotas ainda são abordadas. Bill Skarsgård está irreconhecível na interpretação do Conde Orlok que, embora não tão marcante quanto o original, contribui para a atmosfera inquietante do filme. Junto com o incorrigível Willem Dafoe, que parece não ter nenhum trabalho destoante.
A trilha sonora, composta por Robin Carolan, complementa perfeitamente o tom da produção , alternando entre momentos de grandiosidade sinfônica e passagens mais sombrias e atonais, intensificando a tensão e o suspense. Toda ambientação, desde as locações, até o figurino impecável fazem com que todo o conjunto se torne ainda mais intrigante de acompanhar e descobrir.
“Nosferatu” abre 2025 com um terror que honra majestosamente a história do cinema, com ótimas atuações, um visual sem igual e doses consideráveis de personalidade.
Por Ester Graziele