Com estreia marcada para hoje (19), “Elio” promete emocionar, inovar e se consolidar como uma das animações mais sensíveis dos últimos anos. Dirigido por Domee Shi (Red: Crescer é uma Fera), Madeline Sharafian (Burrow), e com produção de Mary Alice Drumm, o longa é uma das grandes apostas da Pixar para 2025. Após passar por ajustes narrativos e mudanças na abordagem desde os primeiros trailers, o filme surpreende ao entregar uma história muito mais profunda e sensível. Uma animação que chega com força para competir diretamente com os grandes live-actions do ano, mostrando que a Pixar continua capaz de entregar experiências cinematográficas grandiosas.
A trama acompanha Elio, um garoto criativo, sonhador e um tanto deslocado, que passa os dias na Terra imaginando como seria ser teletransportado para outro lugar. Até que esse grande desejo se torna realidade de forma inesperada, é levado para uma assembleia intergaláctica e, por engano, acaba sendo apresentado como o embaixador da Terra. Mas o verdadeiro conflito do filme vai muito além da ficção científica e da aventura espacial. “Elio” é, acima de tudo, uma história sobre luto, pertencimento e a busca por um lugar além do mundo.
O vínculo entre Elio e sua tia Olga, uma dedicada e brilhante Major da Força Aérea, é inicialmente construído de forma rápida e quase forçada, consequência direta da perda recente dos pais do garoto. A relação nasce da dor e da distância emocional, em que Elio se sente sem família, enquanto Olga, sobrecarregada pelas exigências da carreira militar, precisa adiar seus próprios sonhos para assumir a responsabilidade de cuidar do sobrinho. Ambos enfrentam um cenário de luto e adaptação, com expectativas e necessidades que não se alinham. Enquanto o menino busca afeto e presença, Olga tenta equilibrar suas funções profissionais com o novo papel nessa família. Essa tensão emocional se torna um dos pilares narrativos do filme, conduzindo esses dois personagens para uma jornada de reconstrução de laços e descoberta mútua.
Elio embarca em uma missão inesperada para manter a paz intergalática, durante essa jornada, cruza o caminho de Glordon, filho de Lorde Grigon,um líder militar autoritário que deseja que Gordon siga os seus mesmos passos Apesar de viverem em mundos completamente diferentes, os dois compartilham uma história semelhante: ambos sonham em trilhar seus próprios caminhos e não se sentem confortáveis com os papéis que suas famílias esperam que desempenhem. A partir desse encontro, nasce uma amizade improvável e bonita, marcada pela cumplicidade de quem carrega o peso de expectativas alheias, mas que tem coragem suficiente para buscar a própria identidade.
Visualmente, “Elio” é um espetáculo à parte. A equipe de animação da Pixar explora novas formas, cores e texturas para criar um universo alienígena que é ao mesmo tempo exótico e acolhedor. Os aliens fogem do óbvio, com designs criativos e cheios de personalidade. A trilha sonora reforça o tom emotivo da obra, conduzindo o espectador por uma jornada que mistura o medo e esperança.
Esse filme também se destaca por conversar com diferentes públicos. As crianças vão se encantar com os personagens, as cores e a aventura espacial. Já os adultos, especialmente os que já enfrentaram perdas ou que se sentem deslocados em algum momento da vida, vão encontrar nas entrelinhas uma narrativa de cura, semelhança e recomeço. “Elio” não é apenas mais uma animação da Pixar. É um presente para os eternos sonhadores, aos que já se sentiram invisíveis e aos que estão tentando encontrar seu lugar no universo. Uma obra que vale a pena ser vista e sentida, com potencial para se tornar um dos grandes sucessos das férias de 2025.
Nota: ✨✨✨✨✨
Por Rebeca Furtunato
