“June e John” é a nova aposta do diretor e roteirista Luc Besson, que acerta ao entregar uma obra para quem procura um romance leve com aventuras, despretensioso e com clima de Sessão da Tarde, especialmente em datas como o Dia dos Namorados. Com uma direção fluida e uma história que gira em torno da conexão entre dois opostos, o longa entrega aquilo que promete: uma trama doce, com momentos de reflexão sobre os riscos de viver (ou não) plenamente.
June ( Matilda Price), é uma personagem com brilho e leveza, que representa a liberdade em sua forma mais encantadora. Ela vive intensamente o presente, movida pelo desejo de não desperdiçar a vida com medo ou mediocridade. Já John (Luke Stanton) é o oposto: preso à rotina, ao estresse e ao cotidiano que parece nunca mudar. É a partir desse contraste que o filme se constrói, entregando- se mais como uma aventura sentimental do que como um drama profundo.
Acompanhar a jornada de June e John é embarcar em um conto moderno sobre a colisão entre duas formas de ver o mundo e o amor que chega de uma forma inesperada e pretensiosa. Juntos, eles decidem se lançar no imprevisível, optando por viver aventuras sem roteiro, seguindo o coração mesmo sem garantia de destino certo. E por que não? Casar de forma impulsiva, trocar a estabilidade pela vertigem do amor verdadeiro, é um gesto que o filme trata com leveza e até certa doçura. Afinal, quem nunca sonhou em largar tudo e simplesmente viver uma história digna de cinema ao lado de uma pessoa que verdadeiramente nos faz sentir vivos?
Apesar do carisma do casal e de momentos sinceramente encantadores, June e John não chega a ser uma obra extraordinária, acerta no simples e encanta a quem precisa encantar. O roteiro é funcional, mas também é previsível por se ancorar em formatos já bastante explorados dentro de obras do gênero romance. Em alguns momentos, a trama parece evitar ousar justamente quando mais poderia surpreender, preferindo a segurança de um caminho conhecido. Ainda assim, Luc Besson demonstra habilidade em não inflar demais a própria história, já que para ele, nem todo filme precisa ser grandioso, alguns apenas precisam tocar.
E é nesse ponto que o filme se destaca, na honestidade emocional, na leveza com que trata escolhas e encontros, e na atmosfera quase improvável que os cerca. O casal não pretende reinventar o amor no cinema, mas oferece ao espectador uma pausa doce na correria da vida real.É leve como um sopro, delicado como um fim de tarde, e talvez seja exatamente isso que o torne especial, um amor capaz de transformar até o mais comum dos dias.
Nota: ✨✨✨
Por Rebeca Furtunato